Em um movimento que surpreendeu o mercado de duas rodas, a Yamaha acaba de lançar a Jog E 2026, uma scooter elétrica urbana que incorpora tecnologia da sua principal concorrente histórica, a Honda. A grande novidade é que a Jog E utiliza as baterias intercambiáveis Mobile Power Pack e: desenvolvidas pela Honda, um fato que sela uma aliança inédita com o objetivo de impulsionar a eletrificação no Japão.
Essa colaboração não é aleatória. Desde 2019, Yamaha, Honda, Kawasaki e Suzuki fazem parte de um consórcio focado em padronizar o sistema de baterias para motocicletas elétricas no país. A chegada da Jog E é o primeiro resultado prático dessa união, posicionando a Yamaha dentro do ecossistema da Gachaco, a empresa que gerencia as estações de troca de baterias nas grandes cidades japonesas.
Desempenho urbano: leveza e torque instantâneo
Apesar de compacta, a Jog E foi pensada para ser ágil no trânsito urbano. Com apenas 93 kg (já incluindo a bateria), a leveza é um ponto alto, facilitando manobras e o uso em espaços apertados. O motor elétrico entrega a potência equivalente a 2,3 cv (a 540 rpm) e impressionantes 9,2 kgf.m de torque instantâneo (disponível já a 25 rpm).
A entrega imediata do torque é uma das maiores vantagens das scooters elétricas, garantindo respostas rápidas ao arrancar e subir ladeiras. A autonomia estimada para a Jog E é de aproximadamente 53 km (medida a uma velocidade constante de 30 km/h), o que é suficiente para a maioria dos trajetos diários nas cidades.
Modelo de negócio: o serviço de assinatura de energia
A Yamaha adotou um modelo de venda diferente do usual: o consumidor adquire a scooter separadamente do sistema de energia. A bateria, que costuma ser o componente mais caro do veículo elétrico, não está inclusa no preço de compra. Em vez disso, o usuário contrata um serviço de assinatura para o compartilhamento de baterias.
Essa estratégia elimina a espera pela recarga em casa. O motociclista pode simplesmente ir a uma estação credenciada da Gachaco e trocar sua bateria vazia por uma unidade totalmente carregada em segundos.
A pré-venda do modelo começa em 22 de dezembro e, inicialmente, a comercialização será restrita a Tóquio (com 42 estações de troca) e Osaka (com 7 estações), cidades que possuem a infraestrutura necessária para o sistema swap-and-go.
Preço agressivo no mercado japonês
O posicionamento de preço da Jog E é um fator de atração. O valor sugerido é de 159.500 ienes, o que em conversão direta (sem considerar taxas de importação e impostos) equivale a cerca de R$ 6.000. Esse valor baixo é possível justamente por excluir o custo da bateria da compra do veículo.
Apesar de o usuário ter que pagar uma taxa mensal pela assinatura do serviço de energia, além dos custos de seguro e registro, o modelo se torna uma opção altamente competitiva para quem busca economia, praticidade e agilidade nas cidades japonesas. Essa padronização de baterias, fruto da colaboração entre rivais, pode ditar uma nova tendência global para o mercado de veículos elétricos.
